terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Caminho matemático

Existe uma dificuldade em dar guinadas na vida. Ninguém sabe exatamente o ângulo certo.

Viradas de 360º te deixam no mesmo lugar.

O máximo que se pode ir é 180º, mas aí já se começa a andar pra trás.

90º é bem radical. Bem sisudo. Só que me dá a impressão de ficar no mesmo lugar, andando de um lado para o outro...

Prefiro as guinadas de 45º, pois me afasto bastante do caminho original, mas, pelo menos, continuo andando para frente.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Estafa

Cansei dessa vida de não ter tempo, de agendar hora com namorado, de não ver mais meus amigos e ter que me contentar com as fotos.

Cansei de ver bebês crescendo a distância, só olhar nos olhos em casamentos e ter que resumir 6 meses em dois parágrafos.

Cansei de assuntos velhos, saber tudo e não ver nada. Acordar tarde e perder o sol, dormir cedo e perder a rua.

Morar na rua e não visitar, morar longe e nem esbarrar, ver todo dia quem não conhece a minha história e estar com a minha história cansada demais para conversar.

Reparar que tá todo mundo mudando, mudar e não achar que é novidade. Ver todo mundo crescendo, evoluindo e ficando feliz com a sua falta de tempo.

Cansei dessa vida adulta. Cansei.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

sexta-feira, 31 de julho de 2009

O porquê de não escrever sobre cinema

Estudo jornalismo. Por um acidente talvez, mas acho que não pode ser chamado de acidente uma tentativa de 3 anos.
Estudo jornalismo por intuição, por imaturidade, por medo de não entender nada sobre mercados de trabalho aos 18 anos.

Sempre sonhei com cinema. A sorte é que em jornalismo encontrei muitos amiguinhos perdidos nos meus sonhos, então me reconfortei entre os perdidos.

Esses perdidos todos puxam o jornalismo para sua parte mais cinematográfica. Participam de festivais na parte de comunicação, escrevem em blogs sobre cinema, assistem filmes que o assunto principal é jornalismo. Eu não.

Dói meu coração me contentar em apenas falar sobre o que eu tanto amo. Analisar cores, sombras, atuações e não saber, nem de levinho, a dificuldade que foi fazer aquilo tudo. Ficar num sofá confortável imaginando como foi esvaziar metade do centro de São Paulo, pra jogar lixo pelas ruas.

É por isso que não escrevo sobre cinema. Não me contento com o que há de jornalístico na minha paixão. Não tenho estômago, ou coragem.

domingo, 31 de maio de 2009

10 quilos

Essa será uma postagem fútil e irada, portanto aspirantes a poeta e defensores da beleza interior DÊEM O FORA!

Eu precisava me pesar. Não me pesava há muito tempo, mas todas as balanças que encontrava pela frente eram aquelas de moeda que me dão pressão, altura, respirações e manias. Eu não gasto dinheiro para receber informações que eu não quero e/ou podem me deixar irada.

Então ontem (depois de comer meia batata do Outback, Alicia Springs e beber alguns copos de coca) achei a tal balança: simples, digital e gratuita. Subi e vi: 59,1. Você sabe o que isso significa na vida de uma pessoa que sempre leu 50? Sabe o peso (literalmente!!!) quando o número mais alto já imaginado era 56?

"Sofia, você está mais bochechuda"

"Sofia, você está mais saudável"

"Seus bracinhos estão mais sensuais"

Não me interessa nenhuma dessas palavras de pseudo-conforto! Amanhã vou comprar uma caixa de barras de cereal, meus pratos no almoço vão custar no máx 10 reais e vou fazer programas mais dançantes e menos comilantes no fim de semana.

irritada, e o que é pior: gorda.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Sobre o Twitter

Já que todo teórico bundão acha que o twitter vai acabar com os blogs, vou postar sobre ele só de sacanagem.

Eu, pessoalmente, não sou fã desses teoricozinhos que pegam coisas do mundo, que as pessoas se viram muito bem com elas (ou simplesmente deixam para lá) e transformam em um problema a ser pensado. E eles fizeram isso com a coisa errada, fizeram com meu querido e amado twitter.

Sou apaixonada por essa ferramenta desde que só meia dúzia de pessoas me seguiam e na minha página principal só se via fotos do Livio e do Marcelo Tas. Meu amor consiste no fato de todas as pessoas que decidirem ler minhas baboseiras, podem fazer isso assim que logam. Elas não precisam lembrar de um endereço, fazer uma saga atrás do link...Simplesmente está lá.

Amava o quase esquecimento do twitter pelas massas. Não sou elitista, ainda mais no twitter que eu só convivo com quem faço questão. Mas, não ouvir teóricos falando besteira, era uma bênção.

Aí ele ganhou os jornais e as capas de revistas. Os fóruns estudantis e os debates em canais cult-bacaninhas. Um dia acordei com uma revoada de passarinhos azuis em todos os cantos e, assumo, me senti orgulhosa por ser quase uma precursora.

O que mais me dá raiva, é a mania de achar que o twitter chegou para acabar com o que existia antes, que o mundo está em apocalipse porque as pessoas só querem interagir sem mostrar, ou obter, conteúdo. Enfim, aquela baboseira que tem gente recebe um salário para escrever na logos.

Desde que criei meu twitter passei a ler muito mais na internet. Além de ter que ler as pessoas que eu sigo, eu clico em todos os links que elas postam, vejo todos os posts dos blogs que prendem meu interesse e vejo matérias de conteúdos online que nem sabia que conseguiria ter acesso.

Uma dica para os intelectuais que estudaram muito mais que eu: parem de pensar pequeno. Se fosse verdade a teoria de substituição total de tecnologias, eu não escrevia cartas manuscritas para as pessoas que eu gosto, pois quando eu nasci já existia máquina de escrever. Twitter é só mais um jeito novo, é só mais uma possibilidade das pessoas que gostam de se comunicar de todas as maneiras possíveis, imagináveis e diferentes.

Agora vou postar esse link no meu twitter, com licença.

domingo, 17 de maio de 2009

Ai, essa vida adulta

Estou sem tempo de escrever. Bizarro é o motivo: ando escrevendo demais!

Falo de outros assuntos, descrevo o que me mandam, conto histórias que não faço questão...

Escrevo muita coisa que gosto, é claro, mas tem teeempos que não foco aqui.
No meu primeiro espaço. No meu lugar mais livre.
Poder escrever o que e como quero não me forçam a parar e refletir para esse lugar. Fico esperando as inspirações dentro do ônibus.Só que até essas já me trairam, elas já vêm focadas para as outras escritas.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Computador remoto respondendo

Tenho 6 e-mails

Vazou o clipe novo da Kattie Wisper!!! Saíram os indicados pro Oscar!Será que o brasileiro foi dessa vez? Chuva em Itapupema já dura 4 dias!Meu Deus!

Fala Betããããão!!!!
Oi =)

Tá, se é do Flávio posso deletar, porque esse desocupado só manda corrente.O trabalho de Teoria Humana! Tá ótimo Zé, eu levo impresso.Não...Eu não quero enlarge meu penis...

Tudo sim, e você?

Mama, let me upgrade you!

HAHAHAHHA! Muiito boa essa montagem!

Não acredito! Não indicaram o Jude Law? Mas ele tá perfeito! Ele sofre preconceito por ser bonito, sabia?

Betão ta aí?Ahn!Pensei que não quisesse falar comigo! O que ela disse?

Nossa, eu escutei tanto Chico Buarque essa semana.

Japonês fica preso em buraco brincando de pique-e-esconde? Sempre são japoneses! mulher mata cabeleleira porque não gosta do corte!Cruzes! Homem é preso roubando calcinhas e esposa se assusta ao descobrir que era para ele mesmo usar! HAHAHAHAH

Ah, então diz para ela...Ai não sei...Diz que não entende porque ela te enrola tanto se diz que gosta de você!
Tudo e você?

Suri coloca dedo no nariz na praia de Ipanema.Ela não tira esse dedo daí, ? Carolina da novela das 9h compra esmalte escarlate.E daí?

Itapupema já contabiliza 50 desabrigados.

nada..e você novidades?

Cara, eu odeio essas correntes!

Video da Maysa!!!

Ahn, hoje entrei com sono, bjos!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Boa Sorte!

No momento desse post eu tenho 22 anos. Estou na deliciosa faixa etária dos processos seletivos. Aquele período da sua vida que você larga a vida boa de só estudar e pedir dinheiro para sua mãe e vai atrás do ideal capitalista de sustentar suas vontades.

Eu optei por tentar ganhar a vida na área de Humanas, ou seja, essas profissões que se trabalha com pessoas que falam muito. Eu falo muito. Então os processos seletivos além de longos, são quase laboratórios de amizades relâmpago. Aqueles momentos que o cara te libera para uma água, mas você sabe que está sendo observado, então conversa e gesticula com todo mundo para mostrar que têm o perfil do contratante.

Aí, quando acaba aquela experiência única de se auto-elogiar, mostrar seus defeitos que são qualidades disfarçadas ("Eu sou perfecionista" é o típico defeito de todas as pessoas que fazem processos seletivos) e fazer dinâmicas de grupo ausentes de alguma lógica, você se despede dos seus melhores amigos dos últimos 40 minutos com um "Boa Sorte!"

Convenhamos... Se o cara realmente tiver a sorte que você desejou, ele vai ficar com o cargo que, por tanto almejar, fez você vestir aquela única roupinha arrumadinha que existe no seu guarda-roupa.

Não existe nada mais falso e politicamente correto que o "Boa Sorte!" depois de um processo seletivo. Você quer mais é que o cara se estrepe! Diz isso, mas pensa "Se ferrou, seu gago!", ou então "Essa filha da mãe falou o que eu ia falar na dinâmica primeiro que eu. Cachorra!". No máximo, no melhor dos corações, se continua a frase internamente com "Na próxima seleção, porque essa vaga é minha, meu bem!"

Acho que é isso. Ou então você quer que a pessoa tenha sorte, mas tanta sorte, que case com um Sultão multimilionário e não precise daquela reles vaguinha que paga bolsa, transporte e alimentação, deixando o caminho livre para você.

sexta-feira, 6 de março de 2009

dinheiroXamor

Meu irmão está na época de pré-vestibular e isso me fez pensar na minha época de pré-vestibular.
Vida difícil. Não a parte de estudar e ter que fazer provas. O problema era escutar todos os adultos: professores, parentes e intrometidos divagando sobre a importância da escolha do seu emprego.

É você ser um moleque de 17 anos e escutar que deve decidir o resto da sua vida naquele momento, quando tudo o que se quer é ir a praia e depois ver uma comédia pastelão na casa dos seus amigos.

As teorias são múltiplas. Fazer o que família toda fez, fazer o que o mercado de trabalho pede ou fazer o que se ama. Quero falar da última opção.

Por que essa é considerada a opção mais correta e bonita de se seguir? "Nossa ele teve coragem, ele foi trabalhar com música!" Gente, se eu já amo fazer de graça, para que raios vou me preocupar em fazer por troca de dinheiro?

Eu amo escrever, não é a toa que tenho 3 blogs. Passo horas fazendo desenhinhos bonitos para o layout, pensando em assuntos, revisando meu português, deixando de fazer trabalhos para a faculdade com os olhos ardendo em frente a um computador... Tudo isso sem receber um tostão, aliás, tendo quase certeza que nem lida, eu sou!

Aí, um gênio da cultura de boteco me diz: "para você ser feliz de verdade, tem que ganhar a vida sendo escritora! Se você não fizer isso, está fadada a depressão!" Ou seja, o cara me amaldiçoou duplamente: ou, possivelmente, serei uma escritora frustada que ganha muito mal, ou uma frustada que não ganha dinheiro escrevendo!!!

Vou acoplar dinheiro, esse assunto complicado que faz nossos pais mudarem de casal apaixonado para dois velhos em guerra, a alguma coisa que amo quase que magicamente sem motivos, com que intuito? Estragar? Porque é essa a única coisa que consigo pensar. A frase "Tenho que escrever a merda desse capítulo hoje, senão a Cia das Letras come o meu rim!" (Sim, eu penso alto) não parece bela aos meus ouvidos e me parece óbvia na vida de quem escreve para viver.

Eu penso nas pessoas ricas, os executivos. Será que eles amam executar? Às vezes amam adrenalina, fazer 847 coisas ao mesmo tempo. Mas, duvido, de todo coração, que alguma criança de 6 anos falasse "Quando crescer, quero organizar planilhas!", a maioria delas em algum momento já sonhou em ser gari só para ter a autoridade de pular de um caminhão em movimento quando bem entendesse.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Isso é pra você dar valor ao que você tem!


Estou fazendo um trabalho sobre o documentário Ilha das Flores (lindo, por sinal). Eu já havia assistido esse documentário e nessa revisitagem ao link li o seguinte comentário: "Este curta é excelente. Nos ajuda a conscientizar a importância de darmos valor ao que temos." Não vou dedurar o ser que disse isso, mas posso falar que um xará seu foi canonizado e tem o apelido de ser o cara das causas urgentes.

Mas, mesmo que eu dissesse, ninguém ia achar nada demais. Aliás, as pessoas pensam o mesmo e se não pensam, acham a sacada desse pseudo santo quase genial.

Para aqueles que não conhecem o documentário e não cederam ao link que eu, burra-sem-nenhuma-noção-de-marketing-online, coloquei em minha primeira frase desse post resumirei a história. Ilha das Flores faz a trajetória de um tomate e através dessa mostra as relações entre homem-trabalho-dinheiro-comida-lixo e como todas essas palavras chaves podem ser opostas ou sinônimos.

E nesse comentário está exposto uma das lógicas mais grotescas do Ser Humano. Mais que não saber dividir, desperdiçar ou tratar outros humanos como não-humanos. A necessidade bizarra que precisamos de ver pessoas que sofrem por não ter o que temos e, só por isso, valorizar o que temos.

Quantas pessoas devem parar para pensar que a visão é uma coisa linda e poderosa ao ver o pôr-sol? Sempre que olhar um céu estrelado pensar "Caraca, enxergar é uma parada incrível." Mas, quando se vê um cego com dificuldades para atravessar a rua a primeira coisa que vêm a cabeça é "tenho que agradecer a Deus por ter minha vista intacta."

Para quem acredita em Deus: acha que ele fez pessoas com problemas só pra você lembrar como a sua vida perfeita é boa? Ou pra você aaprender a parar de lamentar só porque sua empregada colocou sal demais na sua comida?

Para quem não acredita: acha legal ver alguém se ferrando para você ver que você tá bem?

Não estou falando de ismos ou de revoluções. Falo do sentimento mais básico. De valorizar o que se têm, o que se é, só por reconhecer como aquilo é legal, como aquilo é foda, como aquilo é divertido e mágico. Não porque alguém não tem, aí se percebe o quanto é maravilhoso.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Só humana

"- Não acredito que você fez isso!

- Claro que sim! Eu sou só humano!"


"- Tudo bem, somos apenas humanos"

"- Sou só humana, o que eu poderia fazer?"


Eu com certeza já falei isso e com certeza vou falar outras inúmeras vezes.
Vôce já disse isso e vai continuar dizendo.

Tem Bordões que só se repete e a gente nem percebe como são tão estúpidos.

Só humano? Só humano, mesmo?

Ser humano é tão complexo.
Todo filme em que tem alguém que lê mentes, mostra ele escutando frases completas. Eu acho graça. Se fossem escutar minha mente seria algo próximo de uma rádio mal sintonizada; escutariam umas 4 coisas ao mesmo tempo.
E acredito que não seja só comigo, não sou nenhum tipo de super-dotada. As pessoas são assim.

Eu não falo de religião, apesar de já ter tido algumas... Sei que acreditam que somos apenas humanos porque foi Deus que nos fez, apenas humanos porque existe um resto a se fazer fora daqui, apenas humanos por fazer parte um projeto maior.

Mas, qualquer pessoa que já esteve em dúvida na vida sabe que não é apenas. Em dúvida com qual grupo de amigos sair. Em dúvida se você quer namorar ou não. Em dúvida do que você pretenciosamente acha que vai escolher e ser pro resto da sua vida.

São tantas sensações para ponderar. Tantos resultados diferentes que se pode obter.Os planejamentos que podem dar errado, as previsões que podem acontecer ao contrário...E o pior é que 98% das suas ações estão correlacionadas com as decisões de outros humanos.

A dúvida é a maior dádiva do humano. É aquilo que nos prova o tempo todo o que somos e que estamos tentando ser alguma coisa. Mostra o que a gente já conquistou só por poder escolher e poder ficar em dúvida.

É uma das maiores dores que você pode sentir. Saber que independente do que se escolha, não vai ser fácil. Independente da opção, alguém vai chorar e quem quer que chore, vai doer em você também. O que você não escolheu pode ser muito mais divertido do que você fez, ou pelo menos, parece mais divertido só por não ser o que você escolheu.

Ter dúvida é uma certeza. Certeza que aquilo importa para você. Certeza que não é fácil ser apenas um humano. Certeza que ser um humano, é muita coisas a ser.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Não sou política.

Nunca fui. Nunca entendi.

Não vivi ativamente a história, e grande parte da história que dava pra ser ativa ou não havia nascido, ou estava mais focada em colocar o pé na cabeça, ou sentindo a dor dos meus primeiros dentes.

Sempre achei que política é coisa de gente profissional. Gente que tem vocação para isso. Assim como os padres. Se não é sua missão na vida fazer política, fazer para quê? Acho que alguns já vêm com uma estrela, uma facilidade de falar, ser ouvido e levado a sério. Ou cair em um lugar que as pessoas estejam propensas a ouvir.

O Sarney é presidente do Senado. Pelas minhas contas, de quem entende muito pouco do assunto, se o presidente tiver dor de barriga, o vice um pirepaque, e o presidente da Câmara for passear com os filhos,o presidente do Senado toma conta da bagunça. Ou seja, o Sarney atualmente é o quarto cara mais importante do Brasil.
Vamos fugir dos exemplos drásticos que eu tanto gosto. O presidente estando fora do país, o vice internado porque é um senhor doente e o amiguinho congressista estando impossibilitado, sabe quem fica com a bola verde e amarela?

Não saber de política me deixa muito preocupada. Eu tenho que escolher em meio a cores, panfletos, números e letras, que não fazem sentido pra mim, alguns caras que vão dizer o que eu quero, já que eu não estou lá para falar tudo.
Pior de tudo, é que o cara que eu escolhi pode fazer tudo na moita. Ele sorri pra mim, aperta minha mão e diz que vai lutar por tudo que eu acredito. Mas, quando está lá naquela cidade, dá uma piscadela pro falso inimigo do lado e vota no que bem quiser (aliás, acho que o fato de os políticos tomarem decisões tão importantes em uma cidade de clima tão desagradável atrapalha. Como vão pensar com alguma boa vontade nos que estão em cidades muito mais aconchegantes que eles?)

Eu não vivi conscientemente essa parte da história. Mas todo mundo não sabe que o Sarney tá mais pro lado feio da história? Não digo malvado, mas ele sempre não foi aquele moço que tenta tirar vantagem, vai se esgueirando pra conseguir as coisas e quando você vê, ele tá lá: sentadinho no trono, e ninguém sabe como? Pois ele conseguiu mais uma vez.

Eu não reclamo das pessoas que votaram nele pra ir pro senado não. Ele é esperto, viu que mudando um endereço aqui, um documento ali, podia ser votado por gente nova. Eu não entendo como os senhores e senhoras que foram escolhidos para dizer o que todo o resto dos brasileiros pensam fazem uma coisa dessas. Se perguntasse para pessoas que votaram nos caras que votaram no Sarney algo como “Era isso mesmo que você queria quando escolheu esse senhor de terno sorridente?”, acredito que a resposta seria “Nem Fud**do!”.

E não saber fazer política me deixa nessa situação ridícula, de ler “Sarney recebeu 49 dos 81 votos” e a única coisa que me vem a cabeça, é escrever um post pro meu pouco lido blog.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Pedido de casamento

-Oi Claudinha!

- Fala Marcelo!

(beijinho)

-Tudo bem com você?

-Sim... Na verdade não.

- O que foi?

-Eu quero fazer xixi desde que estou no ponto de ônibus lá de casa!

-? E não voltou em casa, por quê?

-Sabe essas vontades de fazer xixi que você acha que é só seu organismo querendo atrasar você?

-Não...Não sei.

-Vai dizer que seu corpo não te sabota? Como quando você precisa acordar cedo, mas um sono surreal se apossa do seu corpo. Mesmo que você não tenha feito nada demais na noite anterior?

-Cláudia, deixa de ser maluca, claro que meu corpo não me sabota! E, provavelmente, nem o seu! E vai mijar logo!

-Ai Marcelo, como você fala pra eu mijar assim?

-Dinha, a primeira coisa que você me falou quando chegou é que tava apertada!

-Mas mijar é tão feio!

-Então, vai fazer seu pipizinho logo.

-Mas vou fazer xixi aqui? Num parque nacional? Ainda mais nesse trecho super no meio do nada que você escolheu!

-Poxa, não gostou do lugar? Eu escolhi tanto.

-Eu teria amado se não tivesse o Rio Amazonas na minha bexiga!

-Cláudia, vai mijar que você está ficando com características de TPM.

-Ai amor, eu não consigo fazer xixi na natureza. Acho que se ignorar passa, deve ser só uma sabotagem mesmo.

-Vontade de mijar não é que nem vontade de fazer cocô que dá e passa. Ela vai num crescente.

-Caraca Marcelo, você tá falando de cocô?

-Você começou falando de mijo!

- , mas xixi é muito mais limpinho. Não fede.

-É porque você nunca foi num banheiro masculino de bar. Além disso. Você sempre me avisa quando tem prisão de ventre. Não dá no mesmo?

-Claro que não. Prisão de ventre é justamente a ausência de cocô!

-Tá bom, amor... Você vai se segurar então?

-Vou sim!

-Tá bom. Preparei esse pic-nic surpresa pra você!

- Ai que liiiindo! Você sabe que é meu sonho desde criança um pic-nic com toalha quadriculada e tudo!!! Ai, eu amo você sabia?

-Gosto que me lembre! Vai, sente-se. Não vou acender nenhuma vela porque é cedo e o guarda florestal me multaria.

-(Risos) Tudo bem amor, a toalha quadriculada já é bem romântica.

-Trouxe seus lanches prediletos, esse champagne...

-Unh...Com taça de cristal e tudo... O que fiz para merecer isso tudo?

- Nasceu.

- ...

-Eu escolhi aqui sabe por quê? Aqui é o lugar daquela foto que você está com seus dois 'Vôs'.

-Não acredito! Nossa... Não acredito! Você sabe... Você sabe...

- Que você achava esse lugar mágico, a última vez que você veio aqui foi naquela foto, não é?

-Foi! Foi a última vez que estive com eles dois!E por que você procurou tanto? Como?

-Por que coisas mágicas devem ser feitas em lugares mágicos...

-Ai meu Deus!

- O que foi!

-Esse champagne! fazendo xixi na calça, vou naquele matinho ali mesmo!

-Cláudia?

-Fala aí, o que você ia dizer!

-Eu não vou falar gritando!

-Fala!

-Não!

-Você já está gritando!

-Mas você está mijando!

-Fala!!! O xixi tá tenso, não tá saindo!!

-Não vou...

-Fala senão minha bexiga explode!

-Tá bom. Quer casar comigo?


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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Eu tenho alguns posts reservados para serem postados. Eles são bons, mas não consizem com meu momento atual: ó céus

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Ser escritora

De todas as coisas que eu já quis ser, ser escritora é a única que nunca mudou.

Desde meus 7 anos.
Aprendi a escrever com 6, mas criar histórias no papel, só com 7. Antes criava muitas na minha cabeça é lógico, mas elas se perdiam por não ter meios de fixar aquilo em um lugar. (Em seguida escreverei sobre isso. Só não escrevo agora porque seria uma mudança de assunto e não há erro mais grave que mudança de assunto em um texto)

Quanto mais vivo, mais vontade tenho de ser escritora e mais percebo que não sou apta a isso. Todo escritor é um grande pesquisador, teve uma vida incrível, ou sabe falar da vida dos outros muito bem.

Eu não.

Eu sei inventar, sei fazer tempestade em copo d'água, sei fingir que tenho pontos de vista que na verdade não tenho. E nem é com uma frequência matematizável.

Sei enrolar muito bem a ponto de pensarem que eu sou inteligente e domino um assunto. Eu não domino nada. Eu muito mal me domino.

Eu só tenho uma gramática em casa, que agora está desatualizada. Não estudei os grandes escritores, e suas grandes obras. Não terminei de ler "O cortiço" porque sentia nojo físico. Nunca estudei metade do que qualquer escritor estudou.


E mesmo assim, é meu único "querer ser" que não pereceu.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Algumas pessoas são incapazes de perceber.
Entender que coisas que são banais para alguns fazem uma mudança enorme pra gente.
Que acontecimentos enormes passam e continuamos os mesmos.
Que alguns segundos podem mudar nosso DNA e só percebemos meses depois como eramos diferentes meses atrás.

Eu não me importo que não percebam as minhas mudanças.
Tenho medo de desaperceber as mudanças dos outros.
 
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This blogger texts by Renata Sofia Santos Freire is licensed under a Creative Commons Atribuição-Vedada a Criação de Obras Derivadas 2.5 Brasil License.