quarta-feira, 23 de maio de 2007

Você sabe o que sente ou sente que sabe?

As pessoas estão, ou sempre foram, muito preocupadas em saber o que se sente, em entender as vontades, compreender os desejos.
Todo grupo de amigas, pobres ou ricas, sempre tem uma namorando e no dia que essa chega: "Gente, ele disse que me ama!” é motivo para uma semana de assunto.Mas me pergunto: ela não sentia antes dele dizer? Quando faltou o futebol pra ficar com ela porque ela ficou doente (nem beijar podia) ou quando ficava preocupado só porque ela estava com medo de uma prova?
Existe uma música que te faz sentir mais feliz, mais importante pro mundo.Um dia ela cai numa prova de interpretação, você vê que o compositor fez pro cachorro dele que foi levado pra ser sacrificado.Só por causa disso a mesma música passa a ser ridícula e sem sentido!
Por que? Se temos a capacidade de sentir e de saber separadamente, qual é a graça, a necessidade, de juntar tudo? Se temos tantas faculdades mentais, se o cérebro se deu ao trabalho de separar-se em sessões específicas pra cada coisa, transformar tudo em um?Qual é a utilidade?
O engraçado é que ninguém tenta sentir o que foi feito pra ser entendido.Ninguém tenta sentir a fórmula do movimento retilíneo uniforme, ou sentir o funcionamento de uma célula vegetal saudável.
Existem coisas que foram feitas para serem sentidas, existem coisas que foram feitas para ser entendidas.Você não come um pouco de água, ela foi feita pra ser bebida!Então quem te deu o direito se saber a paixão, de entender a amizade?
 
Creative Commons License
This blogger texts by Renata Sofia Santos Freire is licensed under a Creative Commons Atribuição-Vedada a Criação de Obras Derivadas 2.5 Brasil License.