segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Não sou política.

Nunca fui. Nunca entendi.

Não vivi ativamente a história, e grande parte da história que dava pra ser ativa ou não havia nascido, ou estava mais focada em colocar o pé na cabeça, ou sentindo a dor dos meus primeiros dentes.

Sempre achei que política é coisa de gente profissional. Gente que tem vocação para isso. Assim como os padres. Se não é sua missão na vida fazer política, fazer para quê? Acho que alguns já vêm com uma estrela, uma facilidade de falar, ser ouvido e levado a sério. Ou cair em um lugar que as pessoas estejam propensas a ouvir.

O Sarney é presidente do Senado. Pelas minhas contas, de quem entende muito pouco do assunto, se o presidente tiver dor de barriga, o vice um pirepaque, e o presidente da Câmara for passear com os filhos,o presidente do Senado toma conta da bagunça. Ou seja, o Sarney atualmente é o quarto cara mais importante do Brasil.
Vamos fugir dos exemplos drásticos que eu tanto gosto. O presidente estando fora do país, o vice internado porque é um senhor doente e o amiguinho congressista estando impossibilitado, sabe quem fica com a bola verde e amarela?

Não saber de política me deixa muito preocupada. Eu tenho que escolher em meio a cores, panfletos, números e letras, que não fazem sentido pra mim, alguns caras que vão dizer o que eu quero, já que eu não estou lá para falar tudo.
Pior de tudo, é que o cara que eu escolhi pode fazer tudo na moita. Ele sorri pra mim, aperta minha mão e diz que vai lutar por tudo que eu acredito. Mas, quando está lá naquela cidade, dá uma piscadela pro falso inimigo do lado e vota no que bem quiser (aliás, acho que o fato de os políticos tomarem decisões tão importantes em uma cidade de clima tão desagradável atrapalha. Como vão pensar com alguma boa vontade nos que estão em cidades muito mais aconchegantes que eles?)

Eu não vivi conscientemente essa parte da história. Mas todo mundo não sabe que o Sarney tá mais pro lado feio da história? Não digo malvado, mas ele sempre não foi aquele moço que tenta tirar vantagem, vai se esgueirando pra conseguir as coisas e quando você vê, ele tá lá: sentadinho no trono, e ninguém sabe como? Pois ele conseguiu mais uma vez.

Eu não reclamo das pessoas que votaram nele pra ir pro senado não. Ele é esperto, viu que mudando um endereço aqui, um documento ali, podia ser votado por gente nova. Eu não entendo como os senhores e senhoras que foram escolhidos para dizer o que todo o resto dos brasileiros pensam fazem uma coisa dessas. Se perguntasse para pessoas que votaram nos caras que votaram no Sarney algo como “Era isso mesmo que você queria quando escolheu esse senhor de terno sorridente?”, acredito que a resposta seria “Nem Fud**do!”.

E não saber fazer política me deixa nessa situação ridícula, de ler “Sarney recebeu 49 dos 81 votos” e a única coisa que me vem a cabeça, é escrever um post pro meu pouco lido blog.
 
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